Enquanto grande fã de navegação, um dos meus antigos diretores ofereceu os meus serviços a uma start-up europeia de construção naval à procura de conselhos. Esta empresa patenteou uma tecnologia de propulsão e estava a realizar testes técnicos em diferentes tipos de barcos concebidos para mobilidade urbana. O principal dilema era o design do interior dos barcos, e queriam ter propostas.

Quando lhes perguntei qual era o seu modelo de negócio, estes engenheiros talentosos não tinham resposta. Desenvolveram o conceito numa multiplicidade de produtos possíveis, mas sem realmente ter um posicionamento claro e economicamente sustentável.

Neste caso, a melhor prática é analisar o ambiente empresarial: o planeamento urbano das cidades que podem constituir um mercado, o tipo de viagens possíveis de barco, o ambiente regulatório nos centros urbanos, para saber quais são os casos de uso potencialmente lucrativos. Transportar um turista não implica as mesmas necessidades que a mobilidade diária. O interior dos barcos reflete apenas as necessidades daqueles para quem foram concebidos.

O meu trabalho é dar uma estrutura ao que ainda é apenas um conceito, para que possa realizar todo o seu potencial. O pensamento estratégico consiste em dar a si próprio os meios para ver a sua visão e ambições tornarem-se realidade.